Cruzar os braços é permitido? Olhar para o lado é ruim? Veja o que fazer e o que não fazer nesta situação
Pregam especialistas que, na hora de dizer algo a alguém, a comunicação depende 42% do que a gente fala e 58% do que nosso corpo expressa. Cruzou os braços, olhou para o lado “errado”, sentou com postura displicente demais? Todos esses detalhes, muitas vezes involuntários e despercebidos pela maioria, podem botar em risco relações no trabalho e no amor, em particular se a pessoa do outro lado souber decifrar o que suas expressões querem dizer.
A boa notícia é que, com um pouquinho de atenção e técnica, dá para usar linguagem corporal em nosso favor. Seja para identificar o que o outro pensa (mas não fala), seja para não passar nenhum sinal equivocado.
Paulo Sérgio Camargo, grafólogo e autor dos livros “Linguagem Corporal” e “Não Minta Para Mim! Psicologia da Mentira e Linguagem Corporal”, ambos publicados pela Editora Summus, e Luiz Eduardo Gasparetto, diretor da Serap, consultoria em desenvolvimento organizacional, nos ajudaram a montar um manual básico para quatro contextos cotidianos: entrevista de emprego, reunião com chefe, encontro amoroso e festa de fim de ano da empresa.
Entrevistas de emprego (parte 1)
Linguagem corporal não tem a ver só com o que o sujeito gesticula. Cabelo, pele e unhas têm de estar impecáveis, independentemente do contexto, e roupas precisam se adequar a cargo, empresa e mercado. Pesquise antes para se situar. Calça jeans e camisa polo bastam em agências de comunicação, mas bancos exigem paletó e gravata. Uma startup de tecnologia exige um vestuário. Uma multinacional automotiva, outro.
No dia, você chega 15 minutos antes do horário marcado e aguarda sua vez. Caminhar para lá e para cá sugere ansiedade. Contenha-se. Ao ser chamado pelo entrevistador, apresente-se e lembre-se que a impressão sobre alguém é construída no primeiro minuto de contato. Eis nove dicas para causar uma boa primeira impressão e aumentar as chances de ficar com a vaga.
1. Logo no primeiro contato, no momento do aperto de mão, mire o entrevistador nos olhos e mantenha a mão firme. Ambos são sinais de confiança e credibilidade.
2. Espere o convite para sentar. Ao fazê-lo, fique ereto e confortável – mas não confortável demais. “O entrevistador dirá para ficar à vontade, mas não é o sofá de casa”, diz Gasparetto.
3. Ao sentar, evite ficar muito na beira do assento. Isso dá impressão de que o fulano quer levantar e ir embora a qualquer momento. Projetar o tronco para frente enquanto o entrevistador fizer uma pergunta, por outro lado, demonstra atenção em ouvi-lo.
4. Não cruze braços! Isso indica que você não quer ouvir o que o entrevistador tem a dizer ou não está disposto a novas experiências. Justo o que ninguém quer aparentar num caso assim.
5. Olhar nos olhos do sujeito à frente é importante, mas não exagere. Encarar o entrevistador todo segundo torna o encontro desagradável. Aí vai uma fórmula de Camargo: mire os olhos em 65% do tempo e outros focos em 35%. Olhar pela janela não é legal, porque indica mais interesse na rua do que com o bate-papo, e olhar para baixo sugere insegurança.
6. Gírias não são bem-vindas. “Né”, “tipo” e outras palavras usadas para costurar frases, também não. Palavrões são terminantemente proibidos. Mesmo em empresas jovens.
7. Não faça movimentos bruscos e não fale alto demais. Ambos são incômodos e causam uma sensação de desconforto no entrevistador que pode encurtar seu tempo de conversa.
8. Fale a verdade! Se o entrevistador manjar de linguagem corporal, vai desconfiar. O corpo entrega: um mentiroso olha para cima e para a direita, para acionar partes do cérebro ligadas à criatividade, em vez de para a esquerda, associada à memória. Desequilíbrio e piscadelas demais também deduram. “Hoje todo entrevistador sabe identificar mentiras”, diz Camargo.
9. Cuidado para não parecer estressado demais: colocar a mão na boca, puxar o colarinho da camisa, passar a mão na orelha, tudo isso demonstra um nervoso que nunca é favorável.
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